Bondes de Santos: o passado no cotidiano da cidade

Ir ao centro de Santos rende boas e peculiares fotos. Os bondes que hoje circulam são únicos no Brasil, circulando em via pública e movidos à eletricidade.

Fila de turistas e moradores de Santos para andar de bonde



Um bonde que foi do sistema de Santos e hoje está na linha turística

No interior do bonde: público de todas as idades e de diversas regiões do Brasil e do Mundo

QUEM DIRIA QUE OS BONDES VOLTARIAM?

Infelizmente, a história anterior dos bondes não teve um final feliz.

Em Santos até 1967 havia uma certa convivência harmoniosa entre bondes, ônibus e trólebus. Os três modais de transportes cumpriam seus respectivos papéis. Os bondes, tinham linhas troncos no Cais, Ana Costa, Canais 1 e 2, Praias e Pedro Lessa. Os trólebus, seguiam nos troncos da Conselheiro Nébias, Canais 3 e 5, Macuco e Orquidário. E os ônibus, completavam a cobertura da cidade.

Mas, com a chegada do novo governo municipal, trazida com o regime militar que encontrou a empresa municipal de transportes em grave crise, determinou que os bondes eram os vilões do antigo S.M.T.C. Dali em diante vieram as supressões de linhas e, por outro lado, a aquisição de ônibus à diesel. Os trólebus, para os quais haviam planos de expansão para a Zona Noroeste também sofreram uma paralisação na aquisição e por pouco não foram extintos.

Daí, em 1971 veio o fim dos bondes. E parece que como que para sacramentar a extinção do sistema, os bondes começaram a ser destruídos "à machadadas". Alguns veículos sobreviveram como playground e outros como doações para museus. Mas o sistema não tinha mais respaldo político para retornar como meio de transporte regular.

Mas, durante décadas os trilhos de bondes permaneceram em dezenas de ruas e avenidas da cidade. Em 1984 um sistema na praia fez circular um bonde em um pequeno trecho. Depois, virou monumento estático na Praia do Gonzaga. Graças a muitos entusiastas, a ideia da volta dos bondes continuou na pauta da cidade.

E, no ano 2.000 após campanhas, ideias e efetivas ações surgiu a Linha Turística de Bondes, que vem se expandindo até hoje. O trabalho minucioso e artesanal e o custo ainda emperram uma ampliação mais acelerada.
Há alguns bondes na garagem da prefeitura aguardando por reforma, entre eles o aguardado "Gilda": o bonde ex-Nova York e São Paulo, o qual muitos paulistanos sonham em revê-lo nas ruas.

Atualmente circulam 5 bondes no centro, sendo dois do sistema extinto de Santos; dois que vieram da cidade do Porto, em Portugal, e o quinto bonde, veio de Turim, na Itália.

O sistema funciona de terça a domingo, das 11h às 17h, que incluiu um monitor de turismo que conta aos passageiros a história por onde o bonde passa.