Santos sem Trólebus. De novo.

A foto acima causa desolação a todo fã de trólebus: suportes da rede aérea vazios, sem fios, isso em plena rua Brás Cubas, por onde passam os trólebus da linha 20, a única de Santos. O motivo, porém, é que ao lado dos fios de trólebus será instalado um fio à mais, no lado direito.

Devido às obras de ampliação do trajeto do sistema turístico de bondes de Santos, o tráfego dos trólebus na cidade está suspenso. Segundo foi informado, em breve será instalada a rede aérea (a fiação) do bonde, e para tanto, deverá haver mudanças com relação também à fiação dos trólebus.

Ambos os sistemas utilizam energia elétrica, conforme já descrito aqui. Apesar de ser utilizada eletricidade em corrente contínua nos dois tipos de veículos, o sistema de captação da energia elétrica é diferente: o bonde utiliza-se um fio (que é o pólo positivo, sendo o pólo negativo os trilhos) e o trólebus utiliza-se de 2 fios (o positivo e o negativo). Portanto, deverá haver um cuidado especial no cruzamentos das duas redes aéreas, a fim de se evitar curto-circuitos e problemas elétricos tanto para o bonde como para o trólebus.

Nos anos 1960 os cruzamentos de fiação dos trólebus e bondes era muito comum. Apesar de terem sido poucas as ruas e avenidas onde os trólebus e bondes trafegavam lado a lado, estes pontos tinham cuidados técnicos para evitarem-se problemas.

Na foto ao lado, vemos um cruzamento da rede aérea de bondes e trólebus, em 1963, nas ruas Amador Bueno e Martim Afonso. Haviam diversos cruzamentos por toda a cidade, até 1971, quando o serviço de bondes de Santos foi extinto. Então, à partir dali os trólebus continuaram sendo o único sistema de transporte coletivo movido à eletricidade da cidade de Santos.
Porém, com a volta dos bondes no ano 2000, o cruzamento dos dois sistemas foi evitado, pois foi projetado um sistema onde nunca os bondes e trólebus se cruzavam. Já com a atual ampliação do sistema de bondes, o cruzamento será inevitável. Ainda mais que estão sendo preparados dois trólebus para fazer um trajeto turístico, que irá complementar o sistema turístico de bondes, já que estes estão confinados no centro da cidade, e os trólebus irão ligar este sistema à região da Orla, mais especificamente ao Gonzaga, onde há grande concentração de turistas.